Peço licença ao compositor baiano Dorival Caymmi para usar uma frase sua, mas em lugar de samba, falo de pão de queijo. Quem não gosta de pão de queijo bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé. Existe coisa mais “mió de boa” do que comer um pãozin de queijo saído do forno com um xícara de café? Pra mim tem não.
Mas de onde veio esse manjar dos deuses, que tem a marca do interior mineiro? Segundo o site Massa Madre a receita surgiu em Minas Gerais no século XVIII, ainda no período da escravidão, quando as cozinheiras da “casa grande”, trocavam pelo polvilho a farinha de trigo de baixa qualidade, trazida pelos portugueses. Na farinha acrescentavam o leite e os ovos que existiam com fartura e as sobras de queijo endurecido. Ainda de acordo, com o site, a popularização da iguaria aconteceu na década de 1950, com o seu consumo espalhando-se pelo país.
Com a técnica do congelamento de alimentos, ficou fácil encontrar o pãozin de queijo em qualquer lanchonete. A questão é a qualidade, pois muita gente coloca menor quantidade de queijo ou essência, e o pão fica borrachudo. É o famoso “engasga lobo”.
Com a globalização, atualmente é exportado para mais de 50 países, sendo desses Itália, Japão, Estados Unidos e Portugal. Assim, os brasileiros que moram no exterior podem matar a saudade da cozinha mineira.
Receita do pão de queijo da minha tia Eva, que Deus a tenha, que morava em uma fazenda na cidade de Matipó, é fantástica, de tirar o chapéu. Em homenagem a ela, que era uma pessoa maravilhosa e cozinheira de mão cheia, vou compartilhar a receita aqui. Tudo bem mastigadinho. Não tem erro.
Pãozin de queijo da Tia Eva
Ingredientes
1quilo de polvilho azedo ou doce
1 copo de óleo (daqueles de requeijão)
1 copo de água
1 copo de leite
8 ovos
1 colher de sopa de sal
1 quilo de queijo canastra meia cura ralado
Modo de fazer
Ferva o óleo, o leite e a água, tudo junto e misturado. Coloca o polvilho em uma bacia e escalde. Vá misturando, amassando com cuidado pra não queimar a mão. Depois acrescente os ovos, um a um, e o sal. Amasse bem.
Por último o queijo (sempre o mesmo tanto do polvilho) e amasse bem.
Passe óleo na mão e comece a fazer as bolinhas. Ponha pra assar em forno pré-aquecido.
Enquanto isso, passa aquele cafezinho, põe a mesa e é só comer. Rende bastante. Se sobrar coloque as bolinhas em um tabuleiro e congele. Depois de congeladas, ponha em saquinhos e guarde no freezer.
Essa receita é tradicional, mas você pode acrescentar pasta de alho ou um recheio de frango desfiado na massa pra variar.
Claro, que é no Dom Caixeta, que tem seu carro chefe o pão de queijo, além do tradicional, o recheado com pernil e queijo raclete.
Hoje o Dom Caixeta vai abrir a partir das 17h, com uma promoção para comemorar o dia: na compra 1 pão de queijo recheado com queijo e pernil, o consumidor ganha 1 pão de queijo recheado com queijo e doce de leite ou goiabada. Pode lanchar em nosso espaço, retirar ou delivery, à Rua Tenente Freitas 248, Santa Tereza.
